Ecomuseu Salinas de Rio Maior

Embora o documento mais antigo que se refere às salinas date de 1177, pensa-se que o aproveitamento do sal-gema já seria feito desde a Pré-História. A Serra dos Candeeiros é, dada a sua natureza calcária, possuidora de inúmeras falhas na rocha o que faz com que as águas da chuva não fiquem à superfície, formando cursos de água subterrâneos. Uma dessas correntes atravessa uma extensa e profunda jazida de sal-gema que alimenta o poço que se encontra no centro das Salinas, e de onde se extrai água sete vezes mais salgada que a do mar. Esta Jazida de sal-gema ocupa aproximadamente a área da Estremadura Portuguesa, entre Leiria e Torres Vedras, tendo-se formado há milhões de anos, depois do recuo do mar que outrora ocupou a região. Embora inicialmente a água fosse retirada do poço através de duas picotas, o que exigia um esforço enorme dos salineiros, hoje em dia é retirada do poço através de uma moto-bomba. O poço é propriedade comum. O direito à água processa-se em função da proximidade do poço obedecendo a regras que nunca foram escritas e cujas origens se perdem no tempo. A evaporação nos talhos dá-se entre três a seis dias, dependendo do calor que se fizer sentir, o que significa que cada talho produz sal semanalmente. O sal é rapado com pás (antigamente com rodos de madeira) e posto na eira a secar durante 60 horas. Posteriormente é levado em carro-de-mão ou às costas, em sacas até à máquina que o transporta para a Cooperativa ou para os armazéns dos salineiros particulares. Não levando qualquer tratamento químico, deve a sua pureza à ação do Sol e do Vento e ao trabalho do Salineiro. Num passado recente, a maioria dos produtores de sal eram agricultores que se dedicavam sazonalmente, entre maio e setembro, à produção de sal. Atualmente uma equipa contratada pela Cooperativa desenvolve a exploração e safra do sal da maioria das salinas. Constituem um museu vivo onde os métodos de exploração pouco evoluíram ao longo dos seus 8 séculos de história, o que confere ao local a singularidade que o caracteriza. No entanto, as exigências da indústria moderna obrigam a um constante progresso e inovação das técnicas utilizadas pelos marinheiros. O desafio consiste na adaptação a uma economia competitiva e na conservação simultânea do tipicismo que distingue este património, que a todo o custo importa preservar. Nesse sentido foi criada em 1979 a Cooperativa dos Produtores de Sal de Rio Maior, para responder às necessidades de aumento de produção e melhorias na sua comercialização. Este Sal puramente biológico é exportado para a Alemanha dada a sua elevada qualidade que se deve à referida ausência de quaisquer aditivos ou tratamentos químicos.

Representante

Câmara Municipal de Rio Maior

Telefone: ++351 243999300

Morada: Rio Maior

Website: http://www.cm-riomaior.pt